Todo mundo tem suas manias,não passar por baixo de escada, usar sempre um mesmo tipo de roupa em determinada situação, trocar de canal diversas vezes na TV... por vezes essas nossas manias nos levam, também, à criação de um hábito, ou a uma busca permanente por algo. Por exemplo, qual a melhor referência sobre um determinado objeto, ou lugar. Qual a mais bela cidade do mundo? Qual a melhor raça de cachorro para se ter em casa? Qual o melhor filme de todos os tempos? Qual a melhor comida?
Alguns levam essas suas buscas para o lado da gastronomia. Qual o melhor restaurante japonês da cidade? Onde encontrar o melhor suco? Onde se vende o melhor queijo... Lembro de uma amiga minha que tentava descobrir qual o melhor cachorrão de Maringá Pois eu, confesso, tenho uma mania também: vivo em busca da coxinha perfeita. Sabe, aquele salgado frito à base de frango? (Sim, embora aquelas derivadas da costela de Adão também me deixem nas nuvens... valeriam um texto, mas não hoje)
Pois então, eu busco incessantemente a coxinha perfeita. Não consigo entrar em um bar , em um restaurante de beira de estrada, em uma padaria ou confeitaria e, tendo a visão daquela especiaria à minha frente, não me deixar levar pelo impulso de prová-la. Sentir a delicadeza da massa. O recheio farto, o tempero, o cuidado no desfiar da carne de frango... Nessa minha busca incessante, já pude provar sabores e consistências únicas, que nenhum outro salgado poderia me proporcionar. Ainda que por vezes tudo que tenha sentido fosse um pedaço de osso perdido no meio da massa ou gordura escorrendo por entre meus dedos.
Buscamos cheiros e sabores que nos seduzam, massas delicadas por onde nossos lábios possam tocar, temperos que nos surpreendam. Pouco importa as eventuais frituras gordurosas ou recheios indesejados. Assim como as melhores amigas que construímos ao longo da vida, por exemplo. Ao longo dessa nossa infindável procura pela felicidade, nos lançamos à busca de sensações, e as encontramos nas mais diferentes situações ou momentos. E quer saber qual foi a conclusão a que cheguei? É que não existe a coxinha perfeita. Ou melhor, existem várias. Cada uma tem história diferente para nos proporcionar. Assim como nossos amores. Não existem amores perfeitos, ou amizades perfeitas, ou famílias perfeitas. Existe aquilo que nos faz bem. Por décadas, por uma vida inteira. Ou por alguns minutos, sentados à frente de um balcão, entre guardanapos de papel (kkkkkkkkkkkk).
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